O hiperfoco é um dos aspectos mais complexos e, muitas vezes, mal compreendidos do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Apesar de alguns enxergarem o hiperfoco como uma espécie de “superpoder”, a realidade é que ele pode trazer consequências negativas quando não é bem manejado.
Neste artigo, você vai entender por que o hiperfoco pode ser prejudicial e aprender 3 dicas práticas para lidar melhor com esse sintoma.
O que é hiperfoco — e por que ele pode ser prejudicial?
O hiperfoco é um estado de concentração intensa e prolongada em uma atividade específica, ao ponto de a pessoa perder a noção do tempo e negligenciar outras necessidades básicas ou compromissos. Isso pode parecer vantajoso à primeira vista, especialmente em tarefas que exigem foco, mas na prática, pode gerar esgotamento, prejuízos sociais, atrasos e até problemas de saúde.
Não se trata de um dom ou superpoder. O hiperfoco não é algo que melhora a produtividade no longo prazo — pelo contrário, pode causar um desequilíbrio perigoso no cotidiano de quem convive com TDAH.
1. Use alarmes para controlar o tempo
Uma das principais dificuldades de quem entra em hiperfoco é a miopia temporal — a perda da percepção do tempo. Uma estratégia simples e eficaz é programar alarmes sonoros para interromper esse ciclo.
Não existe um tempo universal: pode ser 20, 30, 45 minutos ou até 1 hora. O ideal é testar e descobrir o que funciona melhor para você. O importante é que o alarme sirva como um lembrete para fazer uma pausa, mesmo que breve.
2. Respeite as pausas — elas são parte da produtividade
Tão importante quanto ativar o alarme é respeitá-lo. Quando ele tocar, pare. Faça uma pausa de 5 a 20 minutos, conforme sua necessidade. Use esse tempo para se alongar, respirar, tomar água ou simplesmente sair do ambiente da tarefa.
Pense no cérebro como um carro com um limite de 1 milhão de quilômetros. Se você rodar sempre a 200km/h, vai parar várias vezes na oficina. Mas se rodar a 100km/h e fizer manutenção regular, chegará mais longe com mais saúde. As pausas são essa manutenção.
3. Tenha um cronograma diário
Planejar seu dia é uma forma poderosa de evitar que o hiperfoco te consuma. Ter um cronograma com as tarefas do dia, horários definidos para focar, e períodos para pausas e lazer, permite que você use o foco de maneira estratégica.
Além disso, ajuda a evitar o acúmulo de tarefas, a procrastinação e melhora a organização da rotina.
Bônus: Peça e aceite ajuda
Você não precisa enfrentar o TDAH sozinho. Ter alguém que te lembre dos alarmes, que ajude a montar o cronograma, ou simplesmente ofereça apoio, pode fazer toda a diferença. Pode ser um terapeuta, psicólogo, médico, amigo ou familiar. Apoio externo é uma ferramenta valiosa no manejo do TDAH.
Conclusão
O hiperfoco não é uma vantagem se não for bem gerenciado. Com estratégias simples como o uso de alarmes, pausas regulares, planejamento diário e apoio de pessoas próximas, é possível transformar esse sintoma em algo menos prejudicial e mais controlável no dia a dia.